sexta-feira, agosto 12, 2005

Boteco da Esquina

Já tinham se passado 29 minutos da sexta-feira. Ainda parecia quinta. A noite de inverno gelava as mãos, as orelhas, o nariz. As ruas daquele cruzamento já pareciam desertas se não fosse o burburinho naquela esquina. Sem nome, virou o Boteco da Esquina. Sua decoração se resume a cartazes de cerveja pelas paredes e muitas pingas nas estantes do fundo. O balcão é de fórmica amarela e provavelmente mais velho que seus freqüentadores. Estes, que saem da faculdade do outro lado da avenida, evitam os bares mais próximos em busca da tranqüilidade pra beberem suas cervejas. Um grupo forma uma roda na calçada e num papo animado faz as garrafas passarem de copo em copo. Dentro, algumas pessoas jogam sinuca na mesa de feltro gasto e cheio de giz. Na porta dá pra ver uma garota sentada numa cadeira. Deve estar com um amigo ou amiga, pois senta relaxada, usa o encosto da cadeira e não procura uma posição que a deixe mais próxima do seu interlocutor. Um casal, nem tanto interessado na cerveja, conversa sentado nos degraus da entrada. Não é tão animado quanto o grupo ao lado. Parece mais sério, mais aconchegante, mais interessante. Talvez um clima no ar. Eu coloco a cabeça no travesseiro e tento dormir com o burburinho.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nessas horas uma espingardinha de chumbinho é melhor do que um calmante...rs...
Abraços cara!

GOM disse...

Desce lá e joga uma sinuca também!