domingo, agosto 28, 2005

Televisão de Cachorro

O fim de semana foi bem cansativo novamente. Mais uma festinha de 15 anos. Montagem e desmontagem de equipamentos, tirando que dormi pouco. Depois que desmontarmos tudo, voltando pra casa com o Boca, meu deu uma vontade de comer um frango com farofa. Daqueles que ficam em porta de padaria, rodando, rodando, rodando. A famosa televisão de cachorro. Falei pro Boca e ele ficou com vontade também. Saímos à procura do tão desejado e descobri que perto de casa, tá cada vez mais raro. Fui achar lá na Rua Turiassú depois de perguntar pra muita gente. O cara que tirou o frango era lerdo. Usava uma tesoura de jardinagem pra cortar. Cortou muito mal por sinal. No longo caminho da padaria até meu apartamento, a fome foi aumentando. Fiz o arroz e sobraram só os ossos. Tirando que a farofa estava salgado, estava muito bom! Ou então foi a fome que deixou saboroso! Acho que não comia esse frango há mais de 4 anos!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Language, Lenguaje, Langue


I really would like to keep practicing my English. Mais je désirer étudier français aussi. Ahora estoy pensando en estudiar español. The problème és that mon cabeza is a désordre. I no puedo concentrer in solamente un chose. Entonces, what je puedo do pour aprender so many langue. Quizás je should vivir un peu en each pays. La idea est mucho interesting, mais yo need una fortune. Desse jeito vou continuar falando português.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Café

Faz mal. Faz bem. Eu tomo porque gosto. Mas tem que ser com açúcar. Tem que ser forte. Nada de muita água como fazem os australianos e americanos. Gosto do cheiro que exala enquanto misturo aquele líquido marrom. Uma prévia antes de realmente sentir o sabor. O açúcar quebra o amargo, mas depois do gole, sempre sobra um gostinho. Depois que voltei traumatizado com o café na Austrália, adquiri um hábito. Ir ao cinema e, antes da sessão, tomar um cafézinho. No Unibanco, o café não tem nada de mais, mas tem mesinhas e um clima aconchegante. No Fran's do Kinoplex, eles dão um copinho de água com gás e um chocolatinho. No HSBC dá pra escolher entre o café caro e o barato. No Cine SESC, o café é bem bom! Na Casa do Pão de Queijo do Bristol, vem com um chocolate também. No Top Cine, não tem nada de mais. Agora pra ajudar o meu vício, tomo café na agência. Um pela manhã e outro depois do almoço. Vai um cafézinho aí?

80's

Meu freela me fez desenterrar uma música dos anos 80. Não lembro o nome do grupo, mas tenho certeza que minha mestre pra assuntos musicais vai me ajudar.
"Eu sou free! (Eu sou free!) Sempre free! (Sempre free!) Eu sofri demais!" Depois, no fim da música ela fala algo como "Porque eu sou free, freelancer!"
*(Backing Vocals)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Freela

Esse post é novidade. Isso porque estou postando da agência. Essa semana comecei o freela e por isso não tive tempo de escrever. O trabalho que estou fazendo é pra Schwarzkopf, uma marca alemã de produtos pra cabelo. Tintura, mousse, gel e tudo mais que se possa imaginar. Mas tudo muito chique, tudo pra ser usado em salões de beleza e também em modelos de desfiles de moda. O trabalho é legal, mas é esquisito estar no lugar onde trabalhei por três anos fazendo coisas pra outra agência. Agora falo com outro chefe, que por enquanto, está melhor que os antigos. Aliás, os antigos se limitam a me cumprimentar. Já eram esquisitos e playboys quando eu trabalhava, agora piorou. Mas o que salva mesmo são os funcionários. Pessoal que já conheço e me dou bem. Tem outra vantagem: o almoço! Almoço no restaurante vegetariano onde se pode comer à vontade!!! Pança cheia todo dia!!!

domingo, agosto 21, 2005

Canseira

Sexta-feira fui num casamento. Voltei tarde. Acordei cedo pra ajudar o Boca a montar uns equipamentos de circo na Casa das Caldeiras, onde de noite teria uma festa de 15 anos. Às 21h fomos pra festa. Voltamos pra casa às 5h e acordamos às 9h pois tinhamos que desmontar tudo. Feito isso, fomos pro Parque Ibirapuera assistir ao Bourbon Street Fest. Ficamos embaixo de um sol de 30 graus. Encontramos a Tati, assistimos ao show e fomos embora. Caminhada do Ibirapuera até em casa. Estou um bagaço e sem inspiração pra escrever.

sexta-feira, agosto 19, 2005

30'00"

Cravados! Se colocarmos um pé na frente do outro, já estamos andando. Se acelerarmos esse processo, estamos correndo. Parece simples como respirar, mas não é bem assim. É importante controlar a respiração pra sua barriga não doer. Inspiro a cada duas passadas, expiro em mais duas. Não olhar muito pra baixo, pra deixar o ar ir e vir. Olhar onde pisa. Tudo isso eu sempre fiz, mas queria melhorar meu tempo. A primeira vez que fiz esse circuito na Av. Sumaré toda deu 35'. Depois de um mês, consegui baixar 5'. Essa última semana não foi fácil e a estratégia pra baixar o tempo, não foi aumentar a velocidade da passada e sim a distância. Além de me concentrar em tudo aquilo que falei, minha cabeça repetia: "passos largos, não precisa aumentar a velocidade". Funcionou! De quarta pra hoje baixei 50" na primeira passada, 1' na segunda, 1'30" na terceira e 1'32" na última! Meu feito não é tão grandioso quanto os 12km da Márcia, mas fiquei feliz!

*Márcia é a irmã do Guille e está treinando pra São Silvestre.

Igual, mas diferente!

O lugar é igual, mas a agência é diferente. Recebi uma ligação do Boca essa tarde. Era sobre um freela, mas não pra Dreamaker, pra Fabre. Elas ficam no mesmo lugar, mas são agências diferentes, de donos diferentes. Na verdade acho que das três (Dreamaker, Fabre e Sart) a Fabre é a única que está bem. Então topei ir até lá conversar com eles. Falei com o Sérgio, o responsável por eu ter essa tatuagem no meu braço esquerdo. O trabalho me parece bem legal. É sobre uma linha de produtos pra cabelos, mas coisa top de linha. Tudo muito fashion e com design clean. Começo na segunda e fico até o trabalho acabar. Fim da ociosidade e cifrões na minha conta corrente!

quinta-feira, agosto 18, 2005

Blogueiros

Meu primeiro contato com um blog foi através do “Meu Querido Etheobaldo”, da minha amiga Pandora. Nele, ela dizia que fazer blog é mais barato que pagar analista. Na época não dei muita importância pra frase, mas lia seus textos e gostava. Ela tentou me convencer a criar um blog, mas não conseguiu.

Depois de um tempo, quando decidi ir pra Austrália, achei que um blog seria uma boa ferramenta pra deixar a família e amigos bem informados. O meu começou assim e é por isso que tem o nome australiano ainda. Mas depois que voltei pro Brasil, a necessidade de escrever continuou. Mantenho o Crocodilo Chan até hoje, escrevendo com uma certa freqüência. Textos aleatórios que me vêem à cabeça. Agora percebi que a Pan tem razão! O blog serve de terapia. E não é só pra mim não. Muitos dos links do meu blog são de amigos que fazem a mesma coisa. Escrevem sem compromisso, independente de quem vai ler e se é que alguém vai ler. O blog é o terapeuta. A gente fala, ele escuta e de vez em quando, vem um comentário!

*O nick "Pandora" foi mantido pra preservar a privacidade da minha amiga.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Decisões

O final de semana foi de guerra dentro da minha cabeça. Isso porque fui fazer um teste numa das agências que fiz entrevista. Já na entrevista não gostei do jeito que a agência funciona. Apontaram vários problemas que eu teria que enfrentar.
- Falta de prazo. Justificativa: Somos uma agência de publicidade e é assim que as coisas funcionam.
- Clientes que mudam totalmente o seu trabalho. Justificativa: Ele quem paga.
- Tem que fazer muita hora extra. Justificativa: Pelo menos ela é paga.
- Semestre passado trabalharam todo sábado. Justificativa: Pouca gente, muito trabalho.

Perfeito! Todos esses problemas me fizeram sair da outra agência e ir pra Austrália. Mesmo assim fui fazer o teste. Fiz como deveria ser feito, dei o melhor de mim e o resultado ficou bom. Depois, tive vontade de fugir.

A necessidade de um emprego, contra a satisfação profissional. Depois de muito pensar, o dinheiro saiu perdendo. Estou desempregado sim e precisando de dinheiro, mas trabalhar sabendo que você não vai gostar, não dá! Resolvi arriscar, afinal é arriscando que a gente consegue nossos sonhos. Enquanto minha conta corrente continuar positiva, tenho opções. Se um dia a coisa ficar vermelha, dou o braço a torcer.

domingo, agosto 14, 2005

Pai

Meus pais no dia do casamento

No singular, é o meu. Aquele que veio da China com 21 anos. Que me levava no tanque de uma Yamaha RX 180 prata. Que fazia mingau de aveia nos dias frios, antes de eu ir pra escola. Que me dava guaraná Caçulinha quando eu ia pra pastelaria. Que amava música. Que fez uma “Sala de Som”, só pra curtir seus LPs. Que adorava alugar filmes na locadora e fez a sua própria videoteca. Que gostava de assistir Fórmula 1. Que era fascinado por documentários do fundo do mar. Que batalhou muito e teve seus restaurantes, lojas de discos, pastelaria. Que era muito carismático e amigo de todos. Que criou os cinco filhos muito bem. Que agora não está mais nesse mundo e sim no coração de todos da família.

No plural, inclui a minha mãe, porque na língua portuguesa é assim. Então, nada mais justo que agradecer meu pais por tudo que sempre me fizeram! No plural, também inclui os outros pais da família. Joni, Joaquim, Kicker e o mais novo, o meu irmão Beto. Feliz Dia dos Pais a todos!

sábado, agosto 13, 2005

Café

Faz mal. Faz bem. Eu tomo porque gosto. Mas tem que ser com açúcar. Tem que ser forte. Nada de muita água como fazem os australianos e americanos. Gosto do cheiro que exala enquanto misturo aquele líquido marrom. Uma prévia antes de realmente sentir o sabor. O açúcar quebra o amargo, mas depois do gole, sempre sobra um gostinho. Depois que voltei traumatizado com o café na Austrália, adquiri um hábito. Ir ao cinema e, antes da sessão, tomar um cafézinho. No Unibanco, o café mesmo, não tem nada de mais, mas tem mesinhas e um clima aconchegante. No Fran's do Kinoplex, eles dão um copinho de água com gás e um chocolatinho. No HSBC dá pra escolher entre o café caro e o barato. Escolho sempre o barato. No Cine SESC, o café é bem bom! Na Casa do Pão de Queijo do Bristol, vem com um chocolate também. No Top Cine, não tem nada de mais. Agora pra ajudar o meu vício, tomo café na agência. Um pela manhã e outro depois do almoço. Vai um cafézinho aí?

sexta-feira, agosto 12, 2005

Boteco da Esquina

Já tinham se passado 29 minutos da sexta-feira. Ainda parecia quinta. A noite de inverno gelava as mãos, as orelhas, o nariz. As ruas daquele cruzamento já pareciam desertas se não fosse o burburinho naquela esquina. Sem nome, virou o Boteco da Esquina. Sua decoração se resume a cartazes de cerveja pelas paredes e muitas pingas nas estantes do fundo. O balcão é de fórmica amarela e provavelmente mais velho que seus freqüentadores. Estes, que saem da faculdade do outro lado da avenida, evitam os bares mais próximos em busca da tranqüilidade pra beberem suas cervejas. Um grupo forma uma roda na calçada e num papo animado faz as garrafas passarem de copo em copo. Dentro, algumas pessoas jogam sinuca na mesa de feltro gasto e cheio de giz. Na porta dá pra ver uma garota sentada numa cadeira. Deve estar com um amigo ou amiga, pois senta relaxada, usa o encosto da cadeira e não procura uma posição que a deixe mais próxima do seu interlocutor. Um casal, nem tanto interessado na cerveja, conversa sentado nos degraus da entrada. Não é tão animado quanto o grupo ao lado. Parece mais sério, mais aconchegante, mais interessante. Talvez um clima no ar. Eu coloco a cabeça no travesseiro e tento dormir com o burburinho.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Fora de Casa

Passei o dia fora. Foi bom! O sol, que resolveu aparecer novamente, aumentou a temperatura. O céu azul e com menos poluição fez um dia perfeito pra sair de casa. Caminhei da Av. Paulista pro Ibirapuera. Encontrei meus amigos pro almoço. Comida vegetariana e saudável com a Camila, o Pietro (ainda na barriga da Camila), a Tati e o Boca. Bate-papo pra atualizar os assuntos. Depois do almoço, um cineminha com a Tati. Antes do cinema, café e mais bate-papo. É interessante ver como as pessoas que voltam de viagem, voltam com a mesma cabeça. A Tati tinha ido pra Londres. Quando ela voltou, eu fui pra Austrália. Ela partiu pros EUA no dia que cheguei. Agora ela está de volta, cheia de idéias na cabeça, dúvidas e confusa como eu! Não resolvemos nada, mas sabemos que temos o mesmo tipo de problema, as mesmas dúvidas, as mesmas ambições. Filme "água com açúcar" pra relaxar, mas que valeu a pena pela companhia e pela Amanda Peet. Eu me despedi da Tati com a promessa de nos encontrarmos no fim de semana novamente. Perto do Ibirapuera novamente, liguei pro Boca. Caminhamos de lá até a ponte da Sumaré. Fiquei lá vendo a discussão sobre a proibição do rappel na ponte. O vento soprava na minha orelha pra ir embora. Caminhei mais um pouco na noite fria, até chegar em casa.

* Amanda Peet na foto

quarta-feira, agosto 10, 2005

Tinindo!

Hoje é quarta feira e mesmo desempregado, me dou ao luxo de chamar uma faxineira a cada 15 dias. Lavo banheiro, cozinha, louça, mas descobri que essa vida de doméstica não é pra mim. Principalmente depois de ver a Jucélia limpar as coisas. Ela tira tudo do lugar, passa o pano e antes de colocar as coisas no devido lugar, passa um pano nelas também. Sei que é como se deve fazer e sei também que eu não tenho paciência pra tirar pó. Não é só isso. Ela move todos os móveis pra passar o pano no chão e recoloca os móveis no lugar. Já percebi que o meu problema é esse tira e põe das coisas. Quando lavo o banheiro, tiro as coisas da pia. Agora me pergunta quando é que elas voltam pro lugar. Só quando preciso, e isso, objeto por objeto. Se tiver alguma coisa que não vou usar agora, fica lá até eu precisar. Além disso, mulheres são mais detalhistas. Limpam todo e qualquer cantinho. Eu passo reto! Hoje o apartamento vai ficar limpo, brilhante e cheiroso!

segunda-feira, agosto 08, 2005

Antes do Dever

Ao som de Yo Yo Ma e Astor Piazzola, leio o meu livro. Só trabalho depois que o som acabar!

domingo, agosto 07, 2005

Selva de Pedra

Domingo de muito sol. Mesmo sendo inverno a temperatura é alta. As pessoas saem de suas casas como se precisassem fazer fotossíntese. Duas cercas, pretas de sujeira, limitam o espaço de lazer. Entre elas, um casal passeia com seu filho que parece ter dado seus primeiros passos há pouco tempo. Um ambulante carrega sua enorme caixa de isopor cheia de refrigerantes, cervejas, águas e gelo. "Cerva e refri é dois real, água é um!" As bicicletas em zig-zag, desviam dos que caminham próximo às cercas. A mulher que toma sol tem o corpo bem diferente da modelo do outdoor. Alguns tomam água de côco nas sombras projetadas pelos prédios velhos e sujos. Parece um parque sem terra, sem grama, sem árvores. Existe somente o asfalto que corre entre os prédios, acima da avenida principal. Esse é o domingo no "Minhocão".

quinta-feira, agosto 04, 2005

Durante a Madrugada

Percebi que estava pensando. Como assim estou pensando? Abri os olhos por alguns segundos. Estava escuro. Agora não é hora de pensar! Fechei os olhos e continuei pensando. No que, eu já não me lembro. Fiquei parado. O som de fundo parecia ser uma TV bem longe. Mesmo com os olhos fechados eu via. Via manchas que pareciam sair dos meus olhos em direção ao infinito. Pareciam fractais e não terminavam nunca. Me perguntei se era algo da minha mente ou se eu via aquilo mesmo. Abri os olhos novamente. Olhei meu relógio. Eram 4h49. A luz que vinha da rua passava pela janela e a desenhava na parede. Meu ombro cobria a janela e eu conseguia ouvir os carros passando na avenida. Fechei os olhos novamente. Escutei um chiado de freio. Não era um carro. Era maior. Quando se aproximou, percebi pela barulheira da caçamba e do que transportava, que era um caminhão. Cruzou a avenida sem precisar parar e enfrentou a subida. O motor fazia um barulho constante. A subida é longa e o caminhão pesado. Um outro som interrompeu esse. Era de um carro que acelerava depois de parar no cruzamento. Parecia estar com medo, parecia estar com pressa. Depois que o carro sumiu, ainda pude escutar o caminhão na subida. Me virei e abri os olhos novamente. Vi o espelho. Nele, a luz que entrava pela persiana. Ainda podia escutar o que parecia ser uma TV. Senti a boca seca. Criei coragem pra levantar e beber um copo d'água. Enquanto a água descia pela garganta, achei a razão da insônia. Deve ter sido o filme. "Tetsuo, o homem de ferro". Filme japonês, bizarro, surreal, tenso e que não te deixa respirar. Fiquei agitado ao sair do cinema. Depois que acabei o copo d'água, percebi que o som não era de uma TV. Era um rádio. Vinha de longe. Da avenida talvez. Parecia tocar Nelson Rodrigues ou coisa do tipo. Voltei pra cama. Dessa vez deitei olhando pro teto. Dava pra ver a luz que refletia quando um carro passava. Não passaram muitos. Fechei os olhos. Meu braço direito repousava no meu peito. Podia sentir meu coração. Comecei contar as batidas. 1, 2, 3, 4, 5... 17, 18... 33, 34... Dormi.

terça-feira, agosto 02, 2005

Lágrimas

Lembrei de "Amores Expressos". Fui correr pra transpirar. Transpirar tanto pras lágrimas secarem. Sem lágrimas pra chorar, a tristeza vai embora.

C'est triste...

Copinhos tradicionais de vodka. Presente da Katja

A notícia veio por um e-mail em francês. Foi escrito pelo pai dela. Quando li isso já me deu um frio na espinha. A frase seguinte dizia que ele tinha uma notícia muito ruim pra mim. Me preparei... "Notre fille est decedee le 10 juin." Nossa filha faleceu no dia 10 de junho. Não acreditei, li de novo, li mais uma vez e continuava não acreditando. Li todo o e-mail. A tristeza veio, fiquei sem reação... Ele me disse no e-mail que foi por causa da cirurgia que ela tinha que fazer. Precisava de um transplante de fígado e a cirurgia durou 26h. Depois disso ela teve complicações e resistiu apenas mais um dia...

Catherine Tolmacheva, minha amiga russa. Conheci pela internet, mas nossa amizade foi além. Enviei objetos tradicionais brasileiros pra ela. Ela me enviava presentes russos. Tinha apenas 21 anos, estudava economia, amava o sol e a natureza e tinha o sonho de conhecer o Brasil. Adorava tudo que era brasileiro. Assistia às novelas da Globo. Aprendeu muito português comigo e com as novelas. Eu ficava envergonhado por não conseguir decorar as palavras em russo. Ficou triste ao saber que eu ia pra Austrália, pois sabia que o contato não seria mais o mesmo. Continuamos nos correspondendo. Ela me enviava mensagens no celular da Austrália. Eu respondia. Assim, ela me pediu um bumerangue. Eu trouxe. Foi numa das mensagens que fiquei sabendo que ela estava no hospital, que precisava de um transplante de fígado. A cirurgia dela foi adiada várias vezes e eu sempre tentando animá-la. Sem poder usar a internet, nossa comunicação se limitava às mensagens no celular. Ela me mandou uma mensagem um dia antes da sua cirurgia. Disse que estava com medo. Nessa hora quis estar lá pra segurar a mão dela. Depois disso escrevi várias mensagens e e-mails, perguntando como ela estava. Ela nunca me respondeu. Fiquei preocupado. Esse fim de semana escrevi mais um e-mail. Fiquei feliz quando vi na minha caixa postal a resposta, pena que não era dela. Onde quer que esteja, vou sentir muito a sua falta.

Do svidania ili poka, Katja

Foto dela no meu móbile

A outra com a camiseta do Brasil entre cogumelos gigantes.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Segunda, 01 de Agosto


É o que o meu calendário marca. Início de uma nova semana, de um novo mês. Um ótimo dia pra rever o meu dia a dia. Me organizar pra não ficar louco. Voltar a fazer o que deveria estar fazendo. Fazer direito que está fazendo errado. Continuar fazendo o que está dando certo. A força de vontade e a persistência vão ter que entrar em ação!